Fotografia de Nuno Sá, gentilmente cedida pela editora Ver Açor
“Um homem passou necessidade de tudo, até de verter águas.” Diz Manuel de Sousa, com um ar de lástima e ironia que não alcanço imediatamente. “Doença?”, pergunto. “Qual doença!...” Sorri. E não sei se é um escárnio ou um disfarce. Mas então, para isso, um homem arranja-se em qualquer parte, basta uma barreira, um muro, uma árvore que lhe encubra a frente... Manuel de Sousa faz uma espera, adensa o mistério, revolve as algibeiras à procura do tabaco, do folhelho e da navalha., e explica-se, por fim.
A bexiga inchava-lhe, inchava-lhe, como a querer rebentar, e o Sol a demorar a pôr-se... “Aquela vontade toda foi do chá sem açúcar do jantar. Pão de milho e uns chicharrinhos assados na brasa. Lembro-me como se fosse hoje. Ela tinha aquela paciência de me assar o peixinho, e trazia-o embrulhado numa folha de milho, ainda suando do calor das brasas.” Mal se podia dobrar, mas queria aproveitar um pouco mais a luz. E ia aguentando o trabalho. O roçar das mãos pelas tabuas e canas secas aumentava-lhe a dor da vontade de urinar contida. Depois, quase correu pelo atalho, pelas ruas, entrou em casa numa pressa... “...E foi de vez no talhão. Não tive tempo de esperar mais. Parece que estoirava.
O senhor Júlio Francisco de Sales Pacheco do Couto era dono de meia freguesia. A casa de Manuel de Sousa era dele, que tinha lá, como em muitas outras, um talhão de Santa Maria onde lhe iam guardando a urina. Uma vez por semana, um trabalhador do senhor vinha numa carroça, com uns bidões, e recolhia o adubo humano para culturas das suas posses. Manuel de Sousa acabou por arranjar uma bilha, que levava consigo e trazia à noitinha, com a recolha do dia. Nunca mais se deixou passar por uma tal atrapalhação nem desperdiçou uma micçãozinha que fosse. Se alguma coisa se perdia era com o suor do trabalho. “Se fosse hoje...”
E fica-lhe no rosto a expressão tristonha de quem percebe que a única vida que teve a não viveu como homem.
O senhor Júlio Francisco de Sales Pacheco do Couto era dono de meia freguesia. A casa de Manuel de Sousa era dele, que tinha lá, como em muitas outras, um talhão de Santa Maria onde lhe iam guardando a urina. Uma vez por semana, um trabalhador do senhor vinha numa carroça, com uns bidões, e recolhia o adubo humano para culturas das suas posses. Manuel de Sousa acabou por arranjar uma bilha, que levava consigo e trazia à noitinha, com a recolha do dia. Nunca mais se deixou passar por uma tal atrapalhação nem desperdiçou uma micçãozinha que fosse. Se alguma coisa se perdia era com o suor do trabalho. “Se fosse hoje...”
E fica-lhe no rosto a expressão tristonha de quem percebe que a única vida que teve a não viveu como homem.
(Do livro Sobre a Verdade das Coisas)
35 comentários:
Descrição acutilante das fragilidades humanas e poderes (desumanos).
Nela, ainda, presente o barro de Santa Maria das recordações de infância, sempre tratado com afecto, e aquele de que somos feitos, com imenso respeito.
É o conseguir pensar, e dizer, coisas triviais ou importantes de uma forma sublime.
Mar-ia
Talvez penses que esta história é ficção. Podes tirar dela o Manuel de Sousa, mas tens de deixar o talhão de Santa Maria e o homem da carroça com os bidões. E não penses que se trata de uma questão trivial. A urina era quase o único adubo de que os pobres dispunham para as couves, e as couves eram o sinal verde que separava muita gente da fome absoluta. Aquela que o senhor mandava recolher destinava-se a ser espalhada entre as bananeiras.
Fô, esta gente masturba-se com cada coisa!
Daniel, eu não posso tirar o Manuel de Sousa, porque sua «expressão tristonha», não me permite que o faça.
É outro aspecto que eu adoro em ti, Daniel, esta capacidade de fazeres rir e chorar com hisórias preciosas de vivências bem prosaicas, mas tão poéticas e ternas.
Ontem a Elis Regina trouxe-me o passado. Corri a ouvi-la e tenho uma surpresa no meu blog. Vai lá dar uma olhadela...
Ah! Ia-me esquecendo...fui ao baú do cantigueiro e, meu Deus!!!!
Há um amigo meu, muito letrado e muito culto, que vem ao teu e a outros blogs(mas nunca comenta) e disse-me ontem" Aquele Daniel de Sá escreve bem, mas bem.aquilo é escritor.A descrição da ilha do Faial provocou-me um arrepio.É mesmo como ele a descreve, com as palavras certas.Aquilo é escritor!
"No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés de veludo
Chupar o sangue fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada... ..."
Estória e realidade fantásticas!
Abraço.
Caro anónimo,
Se você tem por hábito sujar os espaços que frequenta com as suas palavras, e tem por hábito provocar as pessoas com quem convive. Se atira palavrões ao ar, mas acobarda-se numa personagem, que não é mais do que a representação da sua personalidade, saiba que esta casa foi criada por mim, como oferta para o meu pai. Aqui só deve entrar quem se mostrar amigo, e vier construir algo, ou então, entra quem o meu pai deixar entrar. Saiba que não apago o seu comentário, porque o meu pai ainda não me pediu que o fizesse.
JV
Sabes bem que o Manuel de Sousa do livro é ficção (o autêntico era teu vizinho, e morava na casa onde nasceram o meu pai e os meus tios), mas praticamente tudo o que conto como passado com ele aconteceu com alguém.
Ibel
A vida era assim mesmo. Se os pobres estivessem à espera de ser ricos nunca teriam um momento de alegria.
Samuel
Por que será que essa é uma das canções do Zeca que cada vez apetece mais cantar?... (Quantos senhores Júlios continuam à espera de uma oportunidade...)
Daniel,
Porque é sempre cada vez mais sintomático na presente estrutura económica. Veja-se a relação da "crise" que eles falam e os paraísos financeiros.
Mas é preciso citar o coro: eles comem tudo, eles comem tudo, ele comem tudo e não deixam nada.
E os lacaios ainda passeiam por aí, como o anónimo acima cujo avô já usava nitrato do chile, desviado na florestal, enquanto os Manés de Sousa ainda precisavam da mija para adubo.
Rodrigo
Por respeito aos nossos convivas, tenho pensado nessa hipótese. Deste anónimo, que já apareceu como José António Silva mas que bem poderia ter vindo como José Francisco, é de esperar tudo. Moderação é que não, sobretudo depois de beber uns whikies. Quando ele, ou outro qualquer, depreciar o que escrevo, deixa estar, desde que a linguagem não seja indecorosa. Mas, sempre que ele ofender os que aqui vêm ou quando usar linguagemm de um nível a que ninguém aqui recorre, creio que não seremos levados a mal se simplesmente lhe calarmos a boca. E não me venham com histórias de censura, que em nossa casa aceitamos quem o merece e não quem quer.
Carmélio
Será que também já percebeste de quem se trata?...
Deixa estar, que a gente trata dele.
Daniel, é precisamente por isso que não o tirava de lá.
Se lhe tiraram tudo, até a sua dignidade, acho justo que permaneça aqui como uma referência a uma época, onde os «homens nunca foram meninos» e os meninos nunca foram homens.
Nem eu o tiro, meu caro JV. O único mal é que homens como ele só pesam na consciência de quem menos culpa teve ou tem do que a vida lhes fez. Os verdadeiros culpados que ainda andam por aí julgam-se heróis. Mas cabe sempre aquela perunta incómoda: quantos pobres são precisos para fazer um rico?
Mas quem se perturba com as diatribes do ANÓNIMO? Ele não nos perturba, porque nunca chegará aos nossos calcanhares. Ele será o nosso "aluno" de estimação, porque ele, coitadinho, nunca aprendeu nada na vida, porque a vida que ele viveu foi e é muito pequenina. Ele tem muito que aprender e faremos da nossa parte o melhor que pudermos para o ensinar. Será a nossa missão!
"E fica-lhe no rosto a expressão tristonha de quem percebe que a única vida que teve a não viveu como homem. "
Esta frase incomoda-me tanto. Magoa-me saber destas verdades. Eu queria que o mundo não fosse assim. Eu queria que o mundo fosse mais justo, que toda a gente tivesse uma vida com coisas dignas para contar.
Daniel, obrigada por nos trazeres escritos que nos fazem pensar e, acima de tudo, sentir que somos seres privilegiados. Bem hajas!
Daniel,
Se quiseres, ensino-te como consegues saber o endereço do anónimo.
Ibel
Eu sei, mas dá um pouco de trabalho e ele não merece tal cuidado.
Daniel, meu amigo
Que bom é voltar às estórias deste "teu" Manuel de Sousa. Que bom é recordar o " Sobre a Verdade das Coisas" onde tens uma definição sobre a Ribeira do Calhau que me vem à memória sempre que por lá passo " que ela já é quase mar quando mal nasce".
E ao caminhar pelo que já publicaste neste teu blog, ao qual agora cheguei com tempo de o bisbilhotar a sério, é com gosto que me revejo nos também belissimos comentários desta tertúlia magnifica que vai acompanhando as tuas palavras e pensamentos. Para além dos teus dizeres sobre cada uma das ilhas, que as tens vestido e decorado muito á tua maneira, com a realidade que os olhos vêm e com as finas filigranas que só os sonhos podem "sentir" , permite-me destacar e ligar o " Dar de Beber" ,as "Trezentas e Quarenta Palavras" e o " Ram- Ram" usando as tuas palavras " Haverá muitos vencedores, no dia em que todos os homens tenham os olhos á mesma altura, para que não se chegue a ter que beber a água mais apetecida, depois de uma longa e penosa sede". O Mestre Luis Perneta? Aquilo era mesmo um demoino em forma de gente. Já me tinhas falado dele em tempos e desde aí passei a admirá-lo. Umas últimas palavras de reconhecimento e um abraço ao editor deste espaço de sentimentos e de solidariedades.
Manel Estrada
Manel, grande e inexcedível amigo
Qualquer dia ponho aqui a Ribeira do Calhau. Embora já a conheças (a ribeira real e a ribeira descrita) será em tua honra que o farei.
Bebe por mim um carrascão do Cartaxo, meu João Semana sem um Júlio Dinis que o conte.
Um abraço.
Daniel
"Se fosse hoje..." Hoje os "senhores de tudo" mijam-lhes em cima!
Daniel
Já que denunciaste este meu Cartaxo que vai vigiando a lezíria ribatejana quando se digna olhar para Valada, dizer que quando nos contaste a história do Bartali e do Coppi, rivais nos seus limites desportivos mas amigos e solidários no sofrimento, lembrei-me, de imediato, que também temos por aqui, para troca , dois valentes e heróicos exemplos de como o desporto e o ciclismo em particular,quase que bipolarizou o país dos anos trinta, mas a genuina rivalidade entre os seus protagonistas, o Nicolau e o Trindade como sabes, acabava junto à meta. E, invariavelmente , regressavam a casa, quase sempre de bicicleta,cavaqueando como bons amigos que sempre foram.
Também sabes que o João Semana do Júlio Dinis, embora um fiel retrato de como uma profissão pode ser um apostolado da prática do saber,mas também e sobretudo do bem ,foi uma personagem que no romance só existiu para introduzir no palco o verdadeiro motivo da trama. O Daniel.
E é por isso que cá fico a tentar cumprir as tuas ordens, Daniel. Bebendo um carrascão de fim de dia, cavaqueando com amigos, e à espera dessa Ribeira do Calhau que revisitarei como se da primeira vez se tratasse.
Um abraço
Manel
Depois de ler os comentários, fiquei com a ideia que afinal, temos um João Semana e dois Júlios Dinis.
CS
Nas ninguém te impede de desviares a cabeça.
Manel
O Nicolau e o Trindade, para além de amigos, eram compadres, não eram? Aliás o ciclismo é uma das modalidades desportivas em que mais se pratica a verdadeira camaradagem. Pelo menos era assim... Quanto aos dois médicos do teu colega Joaquim Guilherme, continuo a preferir o João Semana.
JV
Será que ainda não percebeste quem é este amigo Manel? Se eu te disser que ele mede 1,90m, isto diz-te alguma coisa?
Daniel
Sobre o Nicolau e o Trindade podia-te contar imensas histórias que me chegaram através de meu pai ,que aprendeu a sua arte de ferreiro ao lado do José Maria( já te enviei uma fotografia, lembraste?) e tinha pelo Alfredo uma amizade mesmo daquelas próprias de amigos. Sobre a questão que me colocaste , deixo o Nicolau falar por mim:
"Há muitos episódios pitorescos envolvendo Nicolau e Trindade, que, apesar de adversários, eram conterrâneos e amigos. “Pôs-se a correr que Trindade era meu compadre, por ser padrinho do meu Eduardo e isso não é verdade. (…) Entre mim e o meu valoroso rival há apenas ligações de amizade. O padrinho do meu garoto é realmente um antigo corredor, mas o Eduardo Santos”, explicou Nicolau em Os Sports (22.07.1938)."
Os filhos de ambos, O Eduardo e o José, foram medianos ciclistas sem rasto ou palmarés.
Dos quatro Físicos de que falaste só te sei dizer que um era muito dado às homeopatias e dois deles partilharam as suas vidas com uma Guida.
Manel
Daniel, ainda não cheguei lá, mas algo me diz, que três médicos estão perfeitamente identificados e que o quarto poderá não ser uma surpresa, pois não será alguém que possa passar despercebido...
Amigo JV
(porque amigo de meu amigo meu amigo será)
Sou da opinião que não devemos aqui cometer injustiças. Se quisermos trazer para aqui o Júlio Dinis e o João Semana, devemos então trazer por companhia, sim , o Adolfo Rocha ou o Fernando Namora que por terras durienses ou em Monsanto cuidaram da dignidade humana como ninguém ou até mesmo o Fernando Valle ou o Vasco Campos que por terras e serras de Arganil deixaram marcas nas memórias das gentes.
E não acredite naquele nosso amigo que sabe burilar as palavras como ninguém e que tão bem sabe invadir as nossas almas e corações. Ele falou em 1,90 ? Não acredite. A coisa já anda só por 1,85.
Abraço
Manel
Manel
Agora me lembro de que já me tinhas dito que eles não eram compadres. Mas eu tinha a ideia de que pelo menos se tratavam como tal.
Quanto a médicos exemplares, e que até deixaram belíssimas memórias da sua vida, deixa-me acrescentar o Dr. Joaquinn Forte Sampaio Rodrigues, cujas histórias já leste. Foi um dos militares que ficaram por cá depois da 2ª Guerra Mundial, e serve até para abrandar o que a querida amiga e excelente pintora Margarida Madruga disse aqui de alguns dos que se portaram menos bem. Era natural de uma povoação quase só lembrada pelo Aquilino em "Terras do Demo", Vale da la Mula, desde há alguns anos com o nome já em português. Foi médico na Maia, numa altura em que chegaram a estar quatro médicos cá, quando havia vilas sem nenhum! Foi comendador da Ordem do Infante D. Henrique, e tem rua com o seu nome na Ribeira Grande.
JV
Depois explico-te quem é este MaesDoc. Tem na família, embora com um parentesco muito afastado, um antigo grande jogador de basquetebol espanhol e, imagina, o autor da letra do hino do Brasil.
...eu fui uma excelente arquitecta, diziam.
Agora procuro ser pintora, pintora de almas e emoções. A excelência é sempre uma procura (e eu não a deixo por mãos alheias!)
A Dica é que me dizia: "tu és a Blimunda das almas"! Espero não perder esse condão.
Beijos redondos e luzidios, meu queridíssimo Daniel.
MARia MARgarida Vieira de BEM Madruga
...escrevi o meu nome todo por causa de um de 1,90m que talvez já esteja pelos 1,85m...
(vai aos "Aldrabões"... e lá no fundo de tudo verás outra chinesice!!! Como dizia a Bia: " a gente semo povre, mas se adverte")
Para a Mar de Bem, Blimunda ou simplesmente Margarida.
Prezada amiga
Houve alguém que um dia disse mais ou menos isto" Não me importa a mentira, mas odeio a imprecisão".
Nesse contexto , também aqui me resta deixar a solução do aparente enigmático " MaesDoc". Nada mais simples minha amiga. Manuel Aires Estrada dos Santos de meu nome de registo e como não podia também deixar de ser, um Doc, de uma Denominação de Origem Controlada, como sabe, o degrau mais baixo de algumas certificações. Nada mais simples.
Ah, e por feitio, gosto muito de me advertir.
Manel
Amigo Manel,
Ser amigo do Daniel e amigo da Maia, são afinidades muito fortes para que gostasse de ter alguém por amigo, como já o considero.
Para atenuar um pouco as injustiças, que involutáriamente cometemos, gostava de acrescentar à sua lista António Lobo Antunes, que se sentirá honrado, pelos mesmos motivos por a ela pertencer.
Quanto ao nosso amigo, pode não ser muito certeiro a avalaliar tamanhos, mas quando se trata de avaliar grandeza, aí temos homem, e 1,90, seria a base para alguém que realmente deve ser grande.
um abraço.
Querido Daniel,
Bom, bom é ter tido a ideia de publicar, no blogue, as histórias do "Sobre a Verdade das Coisas", uma vez que não está disponível no mercado.
Guardo-as no meu computador "religiosamente".
Muito obrigada!
Elisabete
Daniel
Que bela tarde me ofereceste quando me apresentaste o Dr.º Sampaio Rodrigues e fomos os três á inauguração duma viela qualquer lá para os lados da Salga. E lembro-me da humildade que ele demonstrava nas suas conversas, perante a hipótese do seu livro sair do prelo, muito por tuas insistências. Histórias bonitas que as guardo, autografadas pelo autor, num local sempre acessivel de minha casa. Mas se trazes muito justamente o dr.º Sampaio Rodrigues, teriamos que falar também de mais dois Clinicos cartaxeiros de que conheces também algumas das suas histórias, como médicos, como homens e como escritores.. O Dr.º José Egas de Azevedo e Silva, o tal que na " Pneumónica" depois de andar dias e dias fora de casa a socorrer gente, sem se deitar, caiu inanimado aos pés de um, por exaustão extrema, e que escreveu, revoltado, num dos seus poemas " Quem fez o dia em trevas mergulhar/ e deu á ideia o cárcere de uma fronte? ", jogando com as palavras de um outro, do Pedro Homem de Melo. E o Marcelino Mesquita, dono da dramaturgia de finais do século XIX, que cumpriu o destino dos predestinados, ser logo falado na sua primeira obra" Leonor Telles" e que quando foi chamado ao camarote do D. Carlos que assistia à representação de uma peça sua no D. Maria, e lhe quis dar mesmo ali uma comenda , respondeu-lhe de imediato que não aceitava porque era um republicano. Gente com esta fibra , felizmente, existiu e existe por este nosso país adentro e que não podemos deixá-los ficar calados.
Manel
Meus amigos
Não pretendemos esgotar listas, porque felizmente há e houve muitos médicos dedicados às letras. Ontem mesmo, quando falei do Dr. Sampaio, eu estava a pensar em outro ribatejano, o António Martinho do Rosário.
Obrigado, Elisabete. Foi precisamente por estar esgotado o livro que comecei a publicar coisas dele aqui.
Daniel
Vou saboreando cada capítulo...
Beijos
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