Origem da fotografia: ImageShack
Nos jardins do Generalife
Como são tristes as rosas do Generalife!
Não têm o perfume da minha amada,
Como são tristes as rosas!
Como são inúteis as suas fontes!
Não bebe nelas a boca da minha amada,
Como são inúteis as fontes!
Como é turva a água nos seus jardins!
Porque não se banha nelas a minha amada,
Como é turva a água!
Como é nítido o sol nas suas flores!
Porque não passeia entre elas a minha amada,
Como é nítido o sol!
Como é mudo o silêncio dentro dos seus muros!
Porque não se ouve a voz da minha amada,
Como é mudo o silêncio!
No vale do Wadi-As
Durante a noite os anjos tinham polido
As neves de Sulayr,
Que brilhavam sob o sol do meio-dia.
O espelho das águas do degelo viajava no Wadi-As
A caminho do mar.
Uma borboleta amarela poisou brevemente
No ombro da minha amada.
Ela exclamou: “Como tudo é belo!”
Eu disse: “Quero que vejas toda a beleza do mundo.”
Sorrindo, respondeu-me:
“Ainda que vivesse mil anos, não poderia.”
Mas eu apenas lhe pedi: “Contempla-te no rio.”
(Wadi-As - actulmente Guadix, nome derivado daquele.)
5 comentários:
Nos jardins de S. MIGUEL
Como são alegres as hortênsias De S. Miguel.
Todas têm o perfume do meu amigo.
Como são alegres as hortênsias!
Como são úteis as suas fontes!
Pois bebe nelas a boca do meu poeta!
Como são úteis as fontes!
Como é transparente a água nos seus jardins!
Porque se banham nelas os olhos do meu poeta.
Como é cristalina a água!
Como é nítido o sol nas suas flores!
Porque passeia entre elas o coração do meu poeta,
Como é nítido o sol!
Como é calmo o silêncio dentro dos seus muros!
Porque se ouve a voz do meu poeta,
Como é macio o silêncio!
Para ti, Daniel,coração de menino, que gostas como eu, dos jardins tristes, mas, neste tempo "alegres".
Voltarei.
PS. A tua Sara é uma delícia e gostei de ouvir a Martita...
Segui sugestão em relação ao poema.
Obrigada.
Um dia bom para ti.
Ibel
Como te agradeço a paráfrase linda! E como fico orgulhoso do que dizes da Sara e da Marta! Imagina como gosto delas... E, claro, gosto muito de jardns, quanto mais próximos do espontâneo melhor, como os jardins de rosas vitorianos, por exemplo.
Obrigado por teres feito caso da sugestão para o poema.
Um forte abraço.
Daniel
Fere o Sol enquanto fende, em lamento, o poeta saudoso. Pudesse ele mais que almejar o vulto amado, e seria a sombra luz destilada aconchegante à sua alma.
Inóspita é a fonte e inolente a rubra flor. Castigo de Eco… que as pétalas cerrou arrebatando o aroma?
E, porém, cristalina e fresca é a água. Revigorante o seu cadenciado canto. E aromáticas as pétalas vagueando nas fontes.
É assim que, estando Ovídio atento… ahhh Metamorfoses!!! Eis que se enche de chama o canto esvaído do poeta que não amava a si mesmo. Sorriem os jardins do Generalife.
[E sorrio eu de tão alienado é este encriptado comentário :))) culpa do desafio…]
[Já no Wadi Rum não encontrei um fio de água. Elevadas escarpas e areias sépia, sim… mas essas narrou Lawrence melhor do que eu :)]
Teresa
Que lindo! Lindo mesmo.
Obrigado por estes belos momentos de lirismo.
Um abraço.
Daniel
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