quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Casa do Pai


(Imagem encontrada aqui)

Casa do Pai

Seja a casa com portas só de abrir,
Sem grades nas janelas e sem aço.
E que nos aconchegue em cada abraço
Sem nunca ser abraço de ter de ir.

Seja a casa de estar, não de partir.
Que nos aceite, mortos de cansaço,
Com um beijo de amor por cada passo
Dado em muitos regressos, sem sair.

Uma casa que nunca nos pergunte
Que outras casas buscámos e que telhas.
Que toda a gente à porta se nos junte

(Quando algum dia a vida nos demore)
Com um ramo nas mãos – rosas vermelhas.
Mate o bezerro gordo, mas não chore.

10 comentários:

Cristina disse...

Por Deus!!!Esse é um daqueles que mais adoro.
Um grande beijo no coração do tamanho da minha saudade.

Mar de Bem disse...

Ah, mas essa é a NOSSA CASA!!!

Nem é a minha, nem a tua, mas a nossa casa!
Na nossa casa, nada é teu, nem é meu. É apenas nosso. Aqui tudo se partilha, aqui é sempre o aconchego dum porto de abrigo. Aqui, somos sempre NÓS! Nós que nos amamos, simplesmente porque somos filhos de Nosso Pai, que nos protege, nos adora e nos congrega em Sua e Nossa Casa.

Ai, que saudades...

Paulo disse...

Excelente poema. Adorei.

Lia disse...

A gente é obrigada a repetir-se: É tão bonito! Até já molhei os dedos. E depois ver aqui a Cris e a Mar de Bem, faz-me mesmo sentir em casa.

Abraço,amigo!

samuel disse...

"Uma casa que nunca nos pergunte
Que outras casas buscámos e que telhas."

É talvez o mais difícil de encontrar...

Abraço.

antónio joão disse...

Sempre o meu pai me abriu todas as portas e aasim há-de ser.

Daniel disse...

Cristina
Que bom ver-te por aqui! E que bom que gostes de algo meu.
Mar de Bem
Sim, a nossa. Como estamos bem nela, não é?
Paulo
Há pessoas "Assim". De vez em quando temos a sorte de encontrar quem aprecie o que fazemos.
Lia
É como diz a Mar: a nossa casa.
Samuel
Nunca me perguntaste por onde ando,
Nunca tive de ti nenhuns agravos.
E, p'las rosas vermelhas que te mando,
Sei que me of'recerás teus rubros cravos.
António João
Por isso a casa do pai contnuará a ser o ponto de referência.

jv disse...

Quem não desejaria este ideal de casa, onde realmente os ideais se cumprem?
Um abraço.
José Fernando.

MaesDoc disse...

São sempre estas casas, de portas sempre abertas, que nos dão a maior segurança.

Daniel, que belo soneto

Um forte abraço
Manel Estrada

fatima mendes disse...

...as casas deveriam ser todas assim...fácil ou difícil?!...Onde a porta se abre e se pergunta quem és...não quem foste...ou não se pergunta nada... abraça-se recebe-se e pronto...
Quem não quer uma casa assim...Que Grandeza de Alma deste escritor!
Obrigada Ibel por me trazer tão ilustre Senhor.